Zé Dirceu diz uma novidade: Patrus foi vetado como vice de Lacerda por interferência do Aécio. O que já é um absurdo: que aliança é essa em que o vice do partido aliado pode ser vetado pelo candidato? Isso só confirma o que Dirceu não diz: essa aliança estava errada desde o começo, pelo menos em Minas, onde o PSB é Aécio, não é Lula, nem Dilma. Na campanha de 2010, Lacerda foi um apoiador constrangido. Via-se que ele estaria mais confortável no palanque do Serra. Agora está na companhia certa. O assunto todo requer uma análise mais profunda, o que está em questão é a base do Aécio para 2014: quem ganha em Minas ganha no Brasil, Aécio quer ser arrasador em Minas para ser eleito, um prefeito de oposição em Belo Horizonte vai dividir, Lacerda é amigo. O certo que desde 2008, no acordo entre Aécio e Pimentel, Aécio só ganhou e Pimentel foi passado para trás. Se fosse só o Pimentel, tudo bem; o problema é que Belo Horizonte e Minas Gerais saíram perdendo muito com esse pensamento único do (aparentemente) finado PTSDB. A ruptura agora deveria ser motivo de orgulho, não de lamentação. Mas os políticos profissionais não vivem o dia a dia da população, pensam só nos seus interesses.
Do blog Zé Dirceu.
Em Minas Aécio faz política em silêncio. Contra o PT
As manobras que levaram ao rompimento na capital mineira têm um preço salgado. O fim da aliança PT-PSB (responsável pela eleição do Márcio em 2008) em BH, depois de ter ocorrido o mesmo em duas outras capitais, Recife e Fortaleza, põe em risco o acordo nacional entre os dois partidos. Nós nos empenhamos em mantê-la. Não podem acusar o PT de agir em sentido contrário.
A quem interessa isso? Ao senador Aécio Neves que, em sucessivas reuniões e articulações feitas na surdina, vetou a aliança com o PT e o nome do Patrus para vice do Márcio neste pleito em que o prefeito tenta a reeleição. E o fez com mão de gato, sem assumir e sem aparecer, a ponto de a mídia registrar que o rompimento foi obra do PT.
Agora que é candidato a presidente da República em 2014, Aécio não tem mais interesse pela continuidade da aliança PT-PSB e achou mais conveniente rompê-la desde já. Ele não quer que a aliança se mantenha até 2016 com o apoio do Márcio à eleição do Patrus porque sabe que antes, em 2014, o PT em BH e em toda Minas apoiará à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Não será nem tinha como ser diferente.
A íntegra.