segunda-feira, 2 de julho de 2012

A melhor cidade do mundo

Sonho em Belo Horizonte pode ser realidade em Copenhague.


Foto: Pete Casellini  

Do Eco.
Cidades para pessoas são feitas de "homens lentos" 
Adriana Sansão
Quando a cidade de Copenhagen, ainda nos anos 60, transformou a área de Strøget na primeira zona exclusiva para pedestres no mundo, muita gente deve ter se perguntado: mas por onde vão passar todos os carros? E os estacionamentos, onde ficam? Passados mais de 40 anos, essa pergunta, embora para nós ainda pareça tão natural, para eles já é um tema superado. Após notável revolução em seu sistema de mobilidade, Copenhagen prepara-se para concorrer ao título da melhor cidade para ciclistas no mundo.
Pois o pioneiro nessas ideias, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl, esteve no Rio +20 e falou sobre essa experiência para os cariocas. Gehl é Professor Emérito de Projeto Urbano da Escola de Arquitetura de Copenhagen, e realizou uma conferência no Instituto de Arquitetos do Brasil, dentro das atividades do evento "Cidade Sustentável – expressão do século XXI". O tema central de seus estudos e projetos é a relação entre o ambiente construído e a qualidade de vida das pessoas que vivem nas cidades.
Preocupado em transformar o meio urbano hostil, dominado pelos automóveis, em lugar para pedestres e ciclistas, ele defende o projeto da "cidade para pessoas". Para um auditório lotado e ansioso, começou sua apresentação afirmando que edifícios sustentáveis – prática arquitetônica emergente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento – por si só não significam uma cidade sustentável. Para ele, o planejamento urbano deve ter um olhar abrangente, com foco principal na atuação sobre os espaços públicos. Segundo ele, a cidade para pessoas tem como características fundamentais ser animada, atraente, segura, sustentável e saudável.
A cidade animada é a que permite o encontro de pessoas no espaço público, sejam elas conhecidas ou não, o que está diretamente ligado à qualidade das calçadas e praças, e aos usos e atividades dos edifícios ligados a elas. Relacionada a esta, a cidade atraente é aquela dotada de uma escala humana, com menos stress, barulho e poluição, onde podemos olhar para outras pessoas, ver e sermos vistos, e onde os carros têm uma fração do espaço dedicado aos pedestres.
A íntegra.