Profissão nenhuma deve ser exercida só para ganhar dinheiro, mas algumas têm consequências mais danosas. É o caso da medicina. Tão ou mais grave do que os médicos sem vocação é a abertura indiscriminada de escolas que só visam ao lucro e oferecem péssima formação. O projeto neoliberal estimulou as faculdades particulares como negócio muito lucrativo, para que o Estado não precisasse ampliar as universidades federais. O resultado está aí, numa quantidade escandalosa de profissionais incapazes. Enquanto isso, conselhos de medicina, corporativistas, se metem onde não devem e proibem partos muito bem assistidos em casa.
Da Agência Brasil
Formandos em medicina de SP serão obrigados a fazer exame de avaliação para obter registro
Flávia Albuquerque
São Paulo – Uma resolução do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) tornou obrigatório que os formandos em medicina submetam-se à um exame de avaliação. A concessão do registro profissional, no entanto, não está condicionada à aprovação na prova. Assim, o resultado não impedirá o exercício da profissão mesmo que o recém-formado receba uma nota baixa ou seja reprovado. A obrigatoriedade é para a participação na prova. A medida passa a vigorar este ano.
Até agora, o teste só era aplicado a quem tinha interesse. De acordo com o conselho, a decisão de acabar com as provas opcionais foi tomada por causa do baixo nível dos formandos avaliados nos últimos sete anos devido à qualidade dos cursos de medicina oferecidos. Pelas regras do Cremesp, as notas serão confidenciais e entregues apenas ao avaliado e às escolas.
Segundo o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, o ideal seria negar o registro aos formandos com desempenho insatisfatório no exame para que voltassem aos bancos da universidade, porém a ausência de uma lei impede a adoção desse tipo de medida. Atualmente, continuou o presidente, está em tramitação no Senado o projeto de lei que prevê a criação de um exame nacional de proficiência em medicina, como pré-requisito para o exercício da profissão.
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