Como foi que o governo Lula-Dilma se meteu nessa e em outras obras da ditadura militar?
Do Projeto Manuelzão.
Não é por aí
Idealizador do Projeto Manuelzão critica a transposição do São Francisco e apresenta outras alternativas para a realidade do semiárido nordestino
A transposição do Rio São Francisco é a obra mais cara do Programa de Aceleração do Crescimento, realizado pelo governo federal. O projeto prevê a construção de mais de 600 km de canais de concreto, para retirar parte das águas do Velho Chico e abastecer o Nordeste Setentrional. Com um aumento de 36% no valor estimado, o conjunto de obras passou dos R$ 5,04 bi iniciais para R$ 6,85 bi. Além disso, os canais que estão em processo de construção encontram-se rachados e com um atraso no cronograma do projeto. Iniciada em 2007, a obra do canal Eixo Leste, por exemplo, que tinha término previsto para o final deste ano, deve ser concluída apenas em dezembro de 2014.
O governo federal argumenta que a transposição do São Francisco tem o objetivo de fornecer água para a população atingida pela seca no Nordeste. Porém, a seca é uma propaganda enganosa, pois o problema do Nordeste é a concentração de chuvas em poucos meses do ano, e a água transposta não vai atender às pessoas sem abastecimento hídrico, mas sim aos interesses do agronegócio e da indústria da seca. O projeto também apresenta problemas técnicos. Os canais abertos estão sendo construídos em uma área com elevados índices de evaporação, o que ajuda a impedir que a obra leve água a quem precisa. E ainda há outras opções para um melhor convívio entre os nordestinos e o clima da região. Os açudes, por exemplo, armazenam aproximadamente 40 bilhões de metros cúbicos de água, quantidade suficiente para abastecer a população que sofre com o regime irregular de chuvas.
A íntegra.