O nome "mensalão" é impróprio, principalmente para o original, o do PT, porque passa a ideia -- falsa -- de que deputados recebiam mensalmente dinheiro para votar com o governo, quando o que aconteceu, ao que tudo indica, foi um esquema montado para pagar dívidas de campanha com empréstimos bancários, envolvendo bancos e agências de propaganda que teriam sido beneficiadas pelo governo federal. A ser provado. No caso deste "mensalão" tucano, a acusação inclui o tradicional desvio de dinheiro público para campanhas de políticos e grandes empresas, em geral empreiteiras, superfaturando obras e contratos, além de gordas propinas a intermediários.
Do Hoje em Dia.
Ministério Público denuncia 'mensalão' de Furnas
Amaury Ribeiro Jr.
A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um "mensalão" organizado por Dimas na estatal.
De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas: a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . "O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como 'mensalão' – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços", diz a procuradora na denúncia.
A íntegra.