Do UOL, em Belo Horizonte.
Patrus afirma que "haverá oposição" em Belo Horizonte ao governo de Márcio Lacerda
Rayder Bragon
Após afirmar que parabenizou na noite deste domingo (7) por telefone o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), o ex-ministro Patrus Ananias, candidato derrotado do PT à prefeitura da capital mineira, afirmou que "haverá oposição" na cidade ao governo do socialista.
"Eu disse a ele que reconhecia o resultado, que ele pode contar conosco para tudo que for para o bem de Belo Horizonte. Nós não faremos oposição a Belo Horizonte, nós não faremos oposição ao interesse público, mas deixei claro também que ele terá oposição vigorosa, forte. Nós vamos cobrar dia a dia as promessas que ele fez ao povo de Belo Horizonte", disse Patrus a cerca de cinquenta militantes que o aguardavam no comitê central da campanha petista, localizado no bairro de Lourdes, região centro-sul da cidade.
Patrus discursou por dez minutos e afirmou que estará com o programa de governo de Lacerda "nas mãos".
O petista agradeceu à militância pela campanha realizada e disse que a derrota deveria ser encarada como uma forma de "unificação do PT", que até junho deste ano fazia parte da administração de Marcio Lacerda.
Os dois partidos findaram a aliança depois que o PSB decidiu não se coligar na chapa proporcional (vereadores) com os candidatos do PT.
Em seguida, o PT lançou candidatura própria. Nos bastidores há a confirmação de que houve o empenho pessoal do senador Aécio Neves (PSDB) para que petistas e socialistas se separassem.
"Nós tivemos uma grande vitória política. Primeiro, nós unimos, em Belo Horizonte, o Partido dos Trabalhadores. Nós unimos em Belo Horizonte as forças de centro-esquerda, as forças do campo democrático popular", afirmou.
O ex-ministro ainda afirmou que a oposição na cidade foi reativada.
"Demarcamos um campo. A partir de agora, Belo Horizonte e Minas Gerais, porque nós tivemos resultados expressivos no interior, haverá oposição. Nós vamos disputar democraticamente contra as forças do atraso, do conservadorismo e do neoliberalismo", declarou. O candidato derrotado disse que não responderia a perguntas da imprensa.
Patrus afirmou ter recebido um telefonema da presidente Dilma Rousseff parabenizando-o. Segundo o ex-ministro, a presidente teria declarado que a oposição ao governo de Minas Gerais e ao de Belo Horizonte será mais contundente.
Dilma se empenhou pessoalmente na confecção da campanha de Patrus depois que a aliança com o PSB foi desfeita.
"Ela deu os parabéns pela nossa campanha e, reafirmando o que ela disse aqui no comício (realizado no dia 3 de outubro em Belo Horizonte), dentro do espírito democrático, com ética e sem agressões pessoais, mas em torno de valores e princípios, ela deixou muito claro, está estabelecida a linha divisória em Belo Horizonte e Minas", afirmou.
Ele estava acompanhado do vice, Aloísio Vasconcelos, e do vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PT), rompido politicamente com Lacerda.
Pedro Patrus, filho do ex-ministro, também compareceu ao evento. Ele foi um dos vereadores eleitos no pleito deste domingo.
O ministro Fernando Pimentel chegou ao evento atrasado, quando Patrus já havia começado o discurso.
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