O julgamento do "mensalão" -- na verdade um julgamento político do partido dos trabalhadores -- vai chegando ao fim, tendo cumprido sua função de circo pré-eleitoral para ajudar tucanos. O STF mostrou-se mais eficiente que a justiça militar da ditadura, no seu objetivo de perseguir "comunistas". Enquanto o ministro que deu o tom do julgamento posa para fotografias como celebridade, transformado em heroi da imprensa protofascista, outros que se aproveitam da ocasião para mostrar quem são, mentindo descaradamente, e mais alguns se escondem no erros dos outros e vão na onda, todos condenado sem provas, realizando a alquimia judiciária, que transformou um crime em outro, sem manifestar nenhum pudor, mesmo ao serem alertados do seu erro pelo único juiz que se mostrou digno da posição que ocupa. Uma lição exemplar de como funciona a justiça brasileira: que nenhum trabalhador se iluda com ela. Passarão alguns anos até que a história desse julgamento seja contada corretamente e ele seja lançado no rol dos maiores erros judiciários brasileiros, senão o maior de todos.
Da Agência Carta Maior.
STF alcança maioria para condenar Dirceu, Genoino e Delúbio
Vinicius Mansur Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou, nesta terça-feira (9), maioria para condenar pelo crime de corrupção ativa no julgamento da Ação Penal 470 o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Na mesma situação estão os publicitários e sócios Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, além da funcionária e do advogado dos publicitários Simone Vasconcelos e Rogério Tolentino, respectivamente.
Dirceu foi condenado por seis ministros e absolvido por dois, assim como Tolentino. Genoino foi condenado por sete e absolvido por um. Os demais receberam oito votos pela condenação. Por outro lado, já estão absolvidos a também funcionária dos publicitários, Geiza Dias – por 7x1, e o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto (PL) – por 8x0. Ainda votarão neste capítulo, nesta quarta-feira (10), os ministros Ayres Britto e Celso de Mello.
Logo no início da sessão desta terça-feira (9), Lewandowski pediu a palavra para responder ao ministro Marco Aurélio Mello que, na semana passada, afirmou que o vínculo entre Genoino e Valério estaria comprovado através de um empréstimo conseguido junto ao Banco Rural pelo PT e avalizado por ambos. O ministro revisor afirmou que retornou aos autos e não encontrou qualquer aval deste tipo, destacando também que o empréstimo conseguido pelo PT com o respaldo de Genoino, segundo a própria acusação, não serviu para lavagem de dinheiro, para irrigar campanha ou para eventual compra de votos. "Nas alegações finais o que se imputa a Genoino é que esse aval não teria garantias suficientes, mas não que ele fizesse parte do valerioduto", disse, acrescentando que este empréstimo foi lançado na contabilidade do partido, registrado perante a justiça eleitoral e pago posteriormente em juízo.
A íntegra.