Da Agência Carta Maior.
Levante Popular da Juventude quer renovar práticas da esquerda
Marco Aurélio Weissheimer
Porto Alegre -- O ano de 2012 viu nascer uma novidade no cenário político brasileiro. Um grupo de jovens, organizado em torno do Levante Popular da Juventude, realizou uma série de atos denominados "escrachos" em frente às residências ou locais de trabalho de acusados de praticar crimes durante a ditadura. Em várias cidades do País, centenas de jovens saíram às ruas para denunciar esses crimes e defender a instalação da Comissão Nacional da Verdade para restaurar a memória, a verdade e a justiça desse período. Os atos contra os agentes da ditadura deram visibilidade nacional a esse movimento cujas origens remontam a 2005, no Rio Grande do Sul, a partir de militantes ligados à Via Campesina e à Consulta Popular. Em entrevista à Carta Maior, concedida na sede da organização em Porto Alegre, Lúcio Centeno, Janaita Hartmann e Lauro Almeida Duvoisin falam sobre esse novo movimento social que tem como objetivo estratégico maior a construção de um projeto popular para o Brasil numa perspectiva socialista.
O que é o Levante Popular da Juventude? Quando nasceu?
Lúcio Centeno: Nenhum de nós aqui iniciou essa construção do Levante. Ela foi fruto de um trabalho de mobilização e da iniciativa que alguns companheiros tiveram no final de 2005, quando movimentos ligados à Via Campesina, incentivados pela Consulta Popular, identificaram que era necessário fortalecer a organização da juventude urbana. No campo já havia organização com os movimentos da Via, mas muito pouco no meio urbano. E o Levante nasce com a característica de ser uma ferramenta da juventude, não apenas os jovens estudantes universitários, mas também os jovens das periferias urbanas e, principalmente, essa juventude que não tinha um referencial de organização como tinha a juventude camponesa da Via.
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