terça-feira, 16 de outubro de 2012

O Consenso de Brasília. Ou Lulismo

Esta matéria, de uma agência de notícias estrangeira, mostra a importância do "Lulismo" para a América Latina e ajuda a entender por que o ex-presidente continua sendo o alvo preferencial da direita protofascista. 

Da Agência Carta Maior.
Consenso de Brasília, modelo para armar na América Latina
Estrella Gutiérrez, da IPS
Caracas (IPS) - Depois do neoliberalismo extremo do Consenso de Washington, que gerou mais de uma década social perdida, a América Latina experimenta exitosamente uma receita própria: o Consenso de Brasília, que conjuga economia de mercado e inclusão social.
Batizado por Michael Shifter, presidente do independente Diálogo Interamericano, como Consenso de Brasília, por contrapor-se ao Consenso de Washington, é conhecido também como "lulismo", em alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou modelo brasileiro, e acrescenta seguidores latino-americanos entre governos de esquerda e de direita.
O secretário permanente do Sistema Econômico Latinoamericano (Sela), o mexicano José Rivera, disse a IPS: "O modelo brasileiro teve um impacto muito positivo como exemplo de que as coisas podem ser feitas de outra maneira: promovendo o crescimento sem renunciar à equidade social".
A América Latina e o Caribe, disse, "devem ter como aspiração regional estar integradas, vinculadas e unidas no objetivo comum de que se reduzam as assimetrias e se possa avançar nas grandes dívidas sociais pendentes".
Rivera considerou que para percorrer esse caminho "são positivos os exemplos, ainda mais se são próprios, de governos eficientes em abordar uma dívida social que não se consegue corrigir na região, onde um de cada três latino-americanos vivem na pobreza e cerca de 90 milhões sobrevivem com menos de um dólar por dia".
Consultado por IPS, Shifter afirmou que os traços do Consenso de Brasília "continuam intactos e vigentes", mesmo que Lula tenha deixado a Presidência do Brasil em janeiro de 2011 e o contexto internacional tenha piorado e, em consequência, o regional.
"Não mudou o modelo representado pela ênfase em três eixos: crescimento econômico, equidade social e governabilidade democrática", explica.
A íntegra.