Melhor do que uma vitória do Galo.
O amor venceu o ódio.
Dilma foi reeleita.
Dilma venceu em Minas Gerais.
Minas foi fundamental para a vitória da Dilma.
O resultado no estado (52,41% x 47,59%) foi, como sempre, praticamente idêntico ao resultado nacional (51,64% x 48,36%). Minas é a média nacional. Nunca foi eleito um presidente que perdeu em Minas. A derrota da oposição no estado foi a grande surpresa da eleição, já no primeiro turno, com a vitória do petista Pimentel. Apesar do cavalo de troia tucano, o prefeito Lacerda, que entrou na capital em 2008, pelas mãos do governador eleito este ano, numa dessas ironias da História.
Os próximos quatro anos podem ser os melhores para os mineiros desde que nos lembramos.
Mas a situação financeira do estado é muito ruim, porque os tucanos o deixaram quebrado.
A presidente disse no discurso da vitória que a reforma política é prioridade e que vai dialogar com toda a sociedade.
A tentativa de golpe perpetrada por Veja e pelo candidato da oposição, na véspera da eleição, quase mudou o resultado da eleição.
Ele seria muito mais tranquilo não fossem os ataques diários, há 12 anos, sofridos pelo governo petista, com calúnias, mentiras e desinformação. Não existe mais jornalismo na "grande" imprensa, cujas principais empresas estão falidas, por isso se agarraram à tábua de salvação representada pelo candidato tucano. Tendo feito tanto e contando com aprovação tão alta da oposição, o governo petista correu risco de ser interrompido.
O Brasil é muito melhor do que mostra a "grande" imprensa.
A "grande" imprensa é o que o Brasil tem de pior, hoje.
A tentativa de golpe da Veja mostrou mais uma vez que a democratização da comunicação é tão importante quanto a reforma política, ou mais. A presidente precisa conversar também sobre isso com a sociedade.
A democracia brasileira depende da democratização da comunicação.
A "grande" imprensa alimenta o ódio de brasileiros contra brasileiros, o preconceito contra os pobres, contra os negros, contra os diferentes, contra os nordestinos, contra os latino-americanos.
Plantou o protofascismo e o cultiva diariamente, com sua campanha de preconceitos e falsificação da realidade.
O ódio de uma pequena elite reacionária contamina a classe média e atinge até setores populares.
O novo governo Dilma precisa discutir a democratização da comunicação e promover uma campanha de vacina contra o ódio e o preconceito, mostrando que a riqueza brasileira vem da diversidade do nosso povo e da nossa cultura, mostrar que, ao contrário do que difunde o protofascismo, o Brasil e está mudando para melhor.
A vitória da oposição seria mudar para pior. Felizmente, nos livramos desse pesadelo.
Aécio chegou muito perto, beneficiado pelo apoio da "grande" imprensa, por sua máquina de propaganda em Minas e pelos golpes baixos.
Hoje, é o candidato mais forte para a eleição de 2018.
No entanto, talvez tenha passado a sua vez, como disse Ciro Gomes há alguns anos.
Ele perdeu em Minas, sua terra.
Ganhou em São Paulo, berço dos tucanos.
O governador paulista Alckmin foi reeleito e vai querer ser candidato em 2018; tem a seu favor a força tucana no estado. Mas tem também contra ele os escândalos de corrupção no metrô e da incompetência na gestão hídrica. Muita água vai rolar até 2018.
Em 2018, depois de um esperado bom governo petista no estado, Aécio deverá estar ainda mais fraco em Minas, seria um candidato a candidato sem base no seu próprio estado.
Talvez se desinteresse da política; vai ter de lutar muito para se conservar no topo da oposição, principalmente contra seus "companheiros" de partido paulistas.
Nesta eleição, todas as fraquezas do Aécio foram expostas, passaram a ser conhecidas, o que antes não acontecia, porque ele era blindado pela imprensa mineira. Daqui pra frente, poderá também sofrer as consequências dos escândalos em que está envolvido. A imprensa mineira que o apoia saiu enfraquecida, talvez nem sobreviva à derrota.
Em 2018, Lula poderá voltar.
As campanhas de 2018 já estão em curso, começaram ontem, quando Dilma agradeceu de forma especial o apoio do ex-presidente. E o senador eleito Serra -- mais um candidato a candidato em 20128 -- veio a BH solidarizar-se com Aécio.
Aécio é o candidato do golpe, só se houver um golpe contra a posse de Dilma é que ele pode ser presidente, porque é o nome mais forte hoje.
O segundo governo Dilma também já começou. A presidenta deverá liderar um processo de mudanças que a aproxime dos clamores das ruas, que aprofunde a democratização do país e que contenha o avanço do protofascismo.
A oposição também precisa fazer a sua parte, o PSDB precisa renascer como um partido social-democrata, em vez de apostar suas fichas na radicalização pela direita e em candidatos suspeitos.
Por último, o meio ambiente precisa entrar de com força na agenda política e nas políticas governamentais.
A recuperação e a conservação do ambiente são tão importantes hoje quanto o combate às desigualdades sociais.
As eleições, os governos e a vida humana serão cada vez mais difíceis, se não cuidarmos seriamente da nossa casa, da nossa mãe, da Terra.