segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Presidente da Marcopolo analisa concorrência dos produtos chineses

Não é comum ler boas entrevistas de empresários. Esta é. Pra gente ver que o fascismo atinge muito mais empresários paulistas, especialmente dos velhos meios de comunicação, do que a totalidade do País. Já os mineiros, mesmo os que não puxam saco do Aécio, em geral são incapazes de análises abrangentes e claras como esta.

Do Sul 21.
Presidente da Marcopolo: "É muito difícil competir com a China"
Geraldo Hasse
Aos 76 anos, José Antonio Fernandes Martins, presidente do Grupo Marcopolo, de Caxias do Sul, tem sido um dos mais combativos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão criado pelo governador Tarso Genro no início do seu mandato, que vai de 2011 a 2014. O tema preferencial de Martins é o risco da desindustrialização que ronda a economia brasileira por conta da concorrência predatória de outros países, do câmbio flutuante, da alta taxa de juros, da pesada carga tributária e da ineficiência da infraestrutura de logística. Fundada em 1949, a Marcopolo fabrica ônibus no Brasil e em outros sete países (África do Sul, Argentina, China, Colômbia, Egito, Índia e México), nos quais entrou como montadora de peças made in Brazil. Com receita líquida de R$ 2,96 bilhões em 2010, ano em que produziu 27,5 mil unidades, a Marcopolo emprega 17 mil pessoas, sendo 12 mil no Brasil.
Sul21 – Para a maioria das pessoas, a desindustrialização virou um bicho-de-sete cabeças. O senhor pode explicar o que é isso e como afeta a vida de cada um?
José Antônio– A desindustrialização é um fenômeno decorrente da perda de competitividade de empresas de um país ou região. Vejam o que está acontecendo com a balança comercial de manufaturados do Brasil. Até 2006/2007, era uma relação superavitária. Estávamos indo aparentemente bem. De lá para cá, a coisa se inverteu. Este ano, vamos ter um déficit de 55 a 60 bilhões de dólares em nossa pauta de manufaturados.
A íntegra.