São três assuntos: o despropósito da polícia a cavalo, a PM no campus (e por solicitação da Reitoria!) e o despreparo dessas polícias para a democracia. Não é só no campus da UFMG que o a cavalaria da PM "transita alegremente" sem qualquer utilidade (alguém já viu um policial cavaleiro evitar um crime ou prender um ladrão?), é também em locais como a Praça da Liberdade, onde quem caminha ou passeia convive com os cavalos e suas fezes. E tem também um quarto assunto: a tal deterioração do ambiente acadêmico, à qual se refere o professor da USP e que aparece também neste artigo, em relação à UFMG.
Do blog Fernando Massote.
O "estado de polícia" no campus da UFMG
Fernando Massote.
Desde que me aposentei, em março de 2003, tenho freqüentado o campus da UFMG bem espaçadamente. Passo brevemente por ali quando devo comparecer a uma aula, fazer uma conferência, ter um encontro com colegas ou cumprir algum dever administrativo. Foi este último o caso de ontem quando me apresentei ao Departamento Pessoal para o recadastramento do funcionalismo público desencadeado pelo governo. O trânsito no campus pode até fluir bem nas vias maiores – ainda que com engarrafamentos na saída para o lado da Escola de Veterinária - mas em certas encruzilhadas e pontos de maior freqüência está tão caótico como sempre. Mas o que está progredindo mesmo, a olhos vistos, é a falta de educação. Quando, depois de um percurso todo tortuoso, consegui chegar ao centro nevrálgico do Campus, me deparei com o sinal maior da barbárie que avassala a universidade. Dois policiais militares, simples soldados, transitavam alegremente, montados em seus cavalos (sic!) nas calçadas na altura das esquinas mais freqüentadas pelos passantes – aquelas da chegada à Praça de Serviço! Lembrei-me das lutas dos anos 60, 70, 80 para exigir que a polícia respeitasse a Universidade e não entrasse no Campus!… Hoje ela entra por convênio assinado, como me lembrou ainda ontem, todo orgulhoso por isto, o ex-reitor Tomás Haroldo. Entra e passeia irresponsavelmente, nas barbas da reitoria e seu "serviço comunitário", pelos passeios, disputando o espaço com os transeuntes, mais esquecidos que nunca, estes últimos, de seus direitos de cidadãos. Uma professora minha conhecida que parou para conversar, interrogada a respeito e mostrando-se amargamente resignada, deu de ombros: "isto aqui deteriora a olhos vistos, dia após dia. Não vemos mais o que fazer. Não há mais ninguém preocupado, como antes, em colocar as coisas nos eixos da cidadania. A universidade acabou!" Ela acrescentou que, além de atravancar o trânsito dos passantes, a PM ainda espalha pelos passeios e praças ilhas de cocô de seus cavalos, obrigando os passantes a andar em zig zag, fugindo da imundícia!
Desde que me aposentei, em março de 2003, tenho freqüentado o campus da UFMG bem espaçadamente. Passo brevemente por ali quando devo comparecer a uma aula, fazer uma conferência, ter um encontro com colegas ou cumprir algum dever administrativo. Foi este último o caso de ontem quando me apresentei ao Departamento Pessoal para o recadastramento do funcionalismo público desencadeado pelo governo. O trânsito no campus pode até fluir bem nas vias maiores – ainda que com engarrafamentos na saída para o lado da Escola de Veterinária - mas em certas encruzilhadas e pontos de maior freqüência está tão caótico como sempre. Mas o que está progredindo mesmo, a olhos vistos, é a falta de educação. Quando, depois de um percurso todo tortuoso, consegui chegar ao centro nevrálgico do Campus, me deparei com o sinal maior da barbárie que avassala a universidade. Dois policiais militares, simples soldados, transitavam alegremente, montados em seus cavalos (sic!) nas calçadas na altura das esquinas mais freqüentadas pelos passantes – aquelas da chegada à Praça de Serviço! Lembrei-me das lutas dos anos 60, 70, 80 para exigir que a polícia respeitasse a Universidade e não entrasse no Campus!… Hoje ela entra por convênio assinado, como me lembrou ainda ontem, todo orgulhoso por isto, o ex-reitor Tomás Haroldo. Entra e passeia irresponsavelmente, nas barbas da reitoria e seu "serviço comunitário", pelos passeios, disputando o espaço com os transeuntes, mais esquecidos que nunca, estes últimos, de seus direitos de cidadãos. Uma professora minha conhecida que parou para conversar, interrogada a respeito e mostrando-se amargamente resignada, deu de ombros: "isto aqui deteriora a olhos vistos, dia após dia. Não vemos mais o que fazer. Não há mais ninguém preocupado, como antes, em colocar as coisas nos eixos da cidadania. A universidade acabou!" Ela acrescentou que, além de atravancar o trânsito dos passantes, a PM ainda espalha pelos passeios e praças ilhas de cocô de seus cavalos, obrigando os passantes a andar em zig zag, fugindo da imundícia!