Desrespeito do governador Anastasia com os professores e insistência em não cumprir a lei do piso salarial geram revolta e transformam um movimento que era reivindicatório num movimento político. Governo mineiro radicalizou e, além de não pagar o piso, não está pagando salários nem benefícios.
Do Blog do Euler.
Humilhados, se não receberem o piso, educadores mineiros podem se engajar na luta pela derrota eleitoral dos apoiadores do governador
A heroica greve de 112 dias realizada este ano pelos educadores de Minas tinha um único e principal objetivo: o cumprimento de uma lei federal, a Lei do Piso, aprovada em 2008 e considerada constitucional pelo STF em 2011. Mas, ao invés de cumprir a lei federal e pagar o piso, o governo de Minas submeteu a categoria a um intenso e exaustivo processo de humilhação, descaso, tortura, cortes salariais, redução salarial, pressão psicológica e desgaste emocional e físico. Como resultado desse processo desumano e imoral, a categoria dos educadores de Minas encontra-se revoltada. Há sérias evidências de que esse processo não ficará impune. Ou seja: haverá resposta da categoria. Uma das formas de protesto e resistência tem sido a mobilização popular, com as paralisações, e agora também com a redução de jornada e o boicote às chamadas avaliações sistêmicas. Contudo, cada vez mais a categoria se convence de que, para atingir o cerne da máquina voltada para destruir os educadores, torna-se necessário derrotar o projeto de dominação política dos grupos que sustentam o atual governo. O primeiro teste deste possível envolvimento organizado da categoria contra o governo será realizado já em 2012. Um dos objetivos que são considerados é o de derrotar o governo de Minas em todos os principais polos eleitorais do estado, a começar por Belo Horizonte, cujo candidato apoiado pelo grupo do governador é o atual prefeito da cidade.
A íntegra.