Do Uol Esporte.
Romário acua Teixeira e secretário da Fifa e chama depoimento de "circo"
Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília
Em seu primeiro mandato como deputado federal, Romário (PSB-RJ) atraiu nesta terça-feira (8/11/11) os holofotes, ao criticar duramente o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, e o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke. O ex-jogador chamou de "circo" o encontro que visava a discutir a Lei Geral para a Copa do Mundo de 2014. Acuados, os dirigentes evitaram responder ao tetracampeão mundial de futebol, que mostrou desenvoltura também para alongar seu tempo de fala e cobrar dos colegas uma postura mais crítica. Em vez dos regimentais três minutos, Romário falou por mais de cinco minutos e fez questões duras a Teixeira e Valcke. A Teixeira, seu desafeto, perguntou sobre uma acordo na Justiça suíça, envolvendo dirigentes da Fifa que teriam recebido subornos e devolvido o dinheiro posteriormente para não terem os nomes revelados. "Se o senhor for um deles, renuncia à presidência da CBF?", questionou. A Valcke, perguntou: "Como ter como parceiro uma pessoa tão suspeita?" Teixeira não respondeu, estimulado pelo presidente da comissão especial, Renan Filho (PMDB-AL), que lembrou a necessidade dos convidados de falarem apenas sobre a Lei Geral da Copa, tema do encontro. Com o semblante fechado, o presidente da CBF foi breve em todos os seus comentários aos parlamentares ao longo de três horas. Em vez de responder ao deputado do PSB, o presidente da CBF preferiu se referir à fonte das perguntas, o jornalista Andrew Jennings, da BBC. "Ele foi informado por um oficial de Justiça de que eu abri um processo contra ele. Tentei várias vezes fazer isso na Inglaterra, mas não consegui porque ele não tem emprego fixo", disse. Pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Romário ironizou o secretário-geral da Fifa, que preferiu não enfrentá-lo. "O meu objetivo e interesse como brasileiro e como deputado federal, legitimado, é diferente do senhor", disse. "Tenho uma carta do seu presidente, Joseph Blatter, que chama o senhor de chantagista." Valcke disse apenas que a carta não era relevante para a Copa do Mundo e que não entrariam em uma discussão com um ídolo do futebol como Romário. O deputado não recuou. "Ele diz que a carta não é importante para Copa do Mundo. É a ele que temos que dar satisfações. O brasileiro tem que saber com quem estamos lidando. Isso é importante para a Copa do Mundo, sim", disse. Colegas que acusaram Romário de tumultuar a sessão também tiveram de ouvir ironias. "Eu sou novo aqui e não quero citar ninguém. Mas eu não recebo dinheiro de Fifa, CBF nem da AmBev, só quero dizer isso", afirmou.
Do portal Terra.
Romário critica dirigentes e alfineta: "eles têm medo de responder"
Após participar de audiência com o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, e o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, o deputado federal Romário, em entrevista à ESPN Brasil, acusou os depoentes de não responder suas perguntas. "Eles têm medo de responder. Como pessoas inteligentes, não responderam e muitos colegas acharam muito interessante, inclusive. A pergunta que fiz ao Ricardo Teixeira foi se depois de tantas denuncias do Ministério Público, da Polícia Federal e por fim agora que será definida a acusação que cai sobre ele na Suiça, se definitivamente ele for culpado, ele largaria de ser presidente da CBF e do COL. Ele não respondeu", afirmou. Sobre Valcke, Romário também o acusou de se esquivar das questões e de não ter legitimidade para ocupar o cargo de secretário-geral da entidade. "Ele não tem legitimidade como secretário-geral porque ele chantageou o presidente Blatter naquele episódio da Mastercard (A Fifa foi condenada a pagar uma multa para a empresa de cartão de crédito por desrespeitar um contrato vigente e assinar com uma empresa rival). Perguntei se era justa essa confiança no Ricardo Teixeira. Ele não respondeu". Perguntado sobre sua participação na Câmara e suas cobranças públicas em relação aos assuntos ligados à Copa do Mundo de 2014, o ex-jogador adotou um discurso sério sem abandonar a irreverência característica desde seus tempos de atleta. "Eu estou aqui pra fazer o papel que fui colocado pra fazer, fiscalizar, cobrar e deixar a população brasileira em dia com o que é certo e justo. Para entrar onde entrei eu teria certeza do que fazer. Se não, estaria sentado no sofá ajudando o América-RJ como sempre ajudei", declarou.