Tal qual em Minas, provavelmente em todo o País. As polícias da ditadura militar continuam intactas, sua função é reprimir manifestações populares com violência. Contra bandidos dão mostras de incompetência a todo momento, quando não de corrupção.
Do Blog da Cidadania.
Enquanto PM brinca de ditadura na USP, bandidagem se esbalda
O elevador para em um dos andares inferiores enquanto desce para a garagem. A vizinha embarca de cabeça baixa, emite um bom dia quase inaudível e permanece de perfil para nós. Geralmente simpática, está equidistante. A patroa puxa papo. A mulher não tem como deixar de se voltar e responder. Aí entendemos a razão da esquiva. Um Band-aid se estende espalhafatosamente pela face esquerda. Tina, espontânea como de costume, espanta-se e solta um gemido, ao que a cutuco pedindo discrição. A vizinha baixa os olhos e, inevitavelmente, fica constrangida. A curiosíssima e indiscreta companheira não deixa por menos: – Meu Deus! Está tudo bem? Cutuco de novo, em vão. A curiosidade da companheira é tão grande quanto o coração. Seu tom carinhoso e solidário, porém, solta a língua da vizinha. – Aconteceu alguma coisa, querida? A gente pode ajudar? – Eu… Fui assaltada ontem, no trânsito. – Nossa! Mas onde? Te agrediram? – Ali no fim da Frei Caneca, no semáforo. Comecei a chorar e ele me espetou com o canivete. Quase pega no olho… A esta altura, a voz da mulher já está embargada e os olhos, rasos d’água. A Tina a abraça e lhe acaricia os cabelos, pedindo "calma, calma, calma…". O elevador para no térreo e desembarcamos com a vizinha, apesar de que estávamos indo para a garagem. Sentam-se no sofá do hall do prédio e continuam a conversa. – Você deu queixa? – Pra que? Pra nada… Fui cuidar do machucado. Eu acho, acho que… E se ficar marca? A mulher volta a chorar, agora copiosamente.
A íntegra.