Tem texto que merece ser copiado na íntegra, como este abaixo. FHC usa seu jornalista na Folha para dar um puxão de orelha no Aécio. Os tucanos paulistas, que são de direita, mas são instruídos, percebem que o mineiro não tem estofo pra ser presidente nem é confiável, então tentam enquadrá-lo -- ou desgastá-lo. Depois da derrota de Serra, Aécio surgiu como o candidato tucano "natural", carregando a bandeira "agora é a minha vez, já esperei, vocês tiveram sua oportunidade e perderam". Mas 2014 está longe e muita coisa pode acontecer. Parte do PT, por exemplo, gostaria mesmo é de estar junto com parte do PSDB, que inclui Aécio. Dilma não é Lula, um líder político carismático e petista de origem; Dilma é amiga de Pimentel, que é amiga de Aécio. Para onde caminhará Dilma? Para esse miolo que inclui ainda o prefeito Lacerda? Todo governo é centrista, todos tendem para o centro, para formar um conglomerado de forças estável que lhe possibilite governar. Lula se apoiou no PMDB, Dilma talvez forme um novo centro. Se ela for bem, pode ser a "candidata natural" desse centro em 2014, se não for, o espaço estará aberto para outros pretendentes. Com Lula, o cenário é um, sem ele, o cenário é outro. Há muitas possibilidades em aberto, inclusive de a direita buscar um candidato mais à direita do que o Serra: um novo Collor ou coisa assim. Mas por enquanto a tendência é para um conciliador como Aécio e esta é a sua força. No entanto, como observa o blogueiro, sem governo e dinheiro nas mãos, a fragilidade do Aécio fica evidente. Além disso, ele não é o candidato indicado para empunhar a bandeira da moralidade, a única que a direita tem para gritar (amplificada pelo autofalante dos velhos veículos de comunicação), depois que a bem-sucedida política de crescimento do ex-presidente Lula derrubou a tradicional fórmula do corte de despesas e recessão, que os tucanos chegaram a defender no começo da crise mundial, em 2008. Como é que Aécio pode se beneficiar da crescente campanha contra a corrupção, se os próprios tucanos paulistas atiram contra ele? A incompatibilidade é evidente. FHC quer que um novo tucano nasça no ninho paulista, talvez o mesmo velho Serra (afinal, Lula não venceu depois de perder três vezes?).
Do blog histórias pra boi acordar.
para FHC, aécio neves não tem comportamento de um presidenciável
O blog de Josias de Souza na Folha de S. Paulo informa que FHC tem dedicado severas críticas à Aécio Neves em suas conversas privadas. O jornalista diz que "na opinião de FHC, o comportamento de Aécio é incompatível com o desejo dele de ser candidato à Presidência da República". FHC lamenta que Aécio Neves não participe da discussão sobre os temas mais relevantes do país e que não dialogue com os brasileiros. O fato é que Aécio Neves não se apresenta para o debate simplesmente porque não tem competência para isso. Seu blábláblá é simplesmente eleitoreiro e só se sustenta com o forte aparato de marketing e de censura. Só não vê quem realmente não quer: enquanto era governador, os gastos do estado com publicidade aumentaram 451% (isso mesmo, 451%, leia o post "choque de gestão" ou de marketing?); os casos de censura e controle da mídia ficaram nacionalmente conhecidos (veja aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui entre muitos outros). Como senador e sem parte do controle da propaganda e das notícias que a cada dia revelam o estrago que seu governo fez em MG (se informe em outros posts deste e de outros blogs como andam os serviços públicos, as finanças e as maracutaias da Minas Gerais real), só resta a Aécio Neves contar com a sua própria competência, mas ela é quase nula. Os mineiros já estão descobrindo isso: leia o post aécio neves se diz "preparado" para ser candidato a presidente, mas os mineiros discordam. Os paulistas também: leia o post coluna de aécio neves na folha de s. paulo revela aos paulistas a mediocridade do senador mineiro. A decepção de FHC só veio à tona agora, mas ela já era perceptível entre os correligionários de Aécio: leia o post bye, bye aécio: PSDB está de olho em eduardo campos para 2014. Mas a maior decepção deve ser mesmo dos eleitores de Aécio Neves: reconhecer que apostaram seu voto numa imagem vazia, construída a custa da liberdade de imprensa e do investimento de bilhões de reais em propaganda não deve ser nada fácil.