Este comentário abaixo ilustra matéria do GGN ("Apoio a Aécio divide marinistas").
Nada mais distante da pregação de Marina em 2010 e da tentativa de criar o partido Rede do que o apoio a Aécio. E no entanto conheço marinistas que entraram no governo Lacerda (PSB) e apoiam Aécio.
Por quê?
Porque a política, na prática, é "suja" para todos, não existe "nova política".
Quanto a isso, a diferença entre Rede e PT é que o PT idealista virou o partido pragmático que é hoje e a Rede fez o mesmo caminho em muito menos tempo.
A nova política existe há tanto tempo quanto a velha política.
Ninguém é mais velha política do que Aécio, que copiou o avô, uma raposa da velha política.
No entanto, Tancredo tinha algum princípio -- cuidou de sobreviver, mas não aderiu à ditadura, nem mesmo votou em Castelo Branco, como JK.
Já Aécio pratica a velha política com a lógica maquiavélica: a única coisa que conta é o poder.
Pior do que o PT, que usa a mesma lógica, mas no poder fez coisas boas para o povo.
Aécio, no poder, tratará de destruir o que o PT fez (não será fácil) e favorecer mais os empresários, como fez como governador de Minas.
No centro de tudo a Petrobrás, o que fazer com o dinheiro do pré-sal, no qual as grandes empresas estão de olho e a lei aprovada pelo PT mantém o dinheiro nas mãos do Estado e destina os recursos para educação e saúde.
O PSDB quer que o dinheiro vá para os empresários e que eles invistam em educação e saúde, porque o Estado faz mal tudo que faz, quem faz bem é a iniciativa privada...
É só o que está em jogo, e é muito.
Muito dinheiro.
Não tem nada de nova política nem de velha política, é política, só.
Nova política é distribuir poder para o povo, o que o PT, embora não tenha feito o que originalmente pretendia, faz mais do que o PSDB, que não faz quase nada.
Militantes da Rede são petistas desiludidos. Acompanharão Marina ao vê-la repetir os passos do PT?
Aécio pode vencer a eleição e chegar ao poder fazendo a velha política, costurando acordos, que é o que está fazendo e no que é muito bom, mas acreditar que depois fará um governo mais democrático, mais "horizontal" do que o PT é ingenuidade ou má-fé.
De fato, a única pedra no caminho do Aécio, a verdadeira "nova política", é o povo, o voto da maioria dos eleitores brasileiros, que não têm nenhum motivo para preferir a volta dos tucanos à continuidade do PT.
No dia 26, cada um tem um voto, ricos e pobres, e a maioria dos brasileiros são pobres, são trabalhadores, não empresários, não são fazendeiros, não têm fortunas milionárias. Devem preferir um candidato do seu partido.