Como o Brasil já demonstrou, existem formas diferentes de enfrentar a crise capitalista.
Da Agência Carta Maior.
Ajustes de esquerda e de direita na Europa
Marcelo Justo, de Londres
As contas não fecham, os mercados financeiros emprestam a taxas exorbitantes e a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) exige ajustes em troca de um resgate que evite a quebra. Com esse panorama de fundo, França e Espanha escolheram estratégias diferentes, o que levou alguns analistas a distinguir entre uma austeridade de esquerda e outra de direita.
Pela esquerda, o governo de François Hollande tentou proteger o gasto público e colocar o acento em uma maior arrecadação mediante aumento de impostos para os setores mais ricos da sociedade. Na Espanha, o presidente Mariano Rajoy se concentrou no corte de gastos e em impostos sobre o consumo (IVA): ambas as medidas afetam desproporcionalmente as grandes maiorias.
Segundo dois especialistas consultados pela Carta Maior, embora a saída de esquerda seja preferível à de direita, o problema de fundo é a própria ideia de austeridade. "É certo proteger mais o gasto público que tem um efeito multiplicador sobre a economia, mas o ajuste em meio a um processo de estagnação ou recessão é uma estratégia suicida que sufoca o crescimento e piora a situação fiscal", disse à Carta Maior Henning Meyer, da prestigiada London School of Economics.
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