Até a imprensa amiga critica o governador. Dá até para estranhar -- as relações entre o empresário Medioli e o governador Anastasia não devem ir bem. Cidades mineiras desmanchando debaixo das chuvas e o governador só age depois de um telefonema da presidente Dilma! Lembra o prefeito Lacerda, que no ano passado fechou o Parque Municipal durante semanas depois que uma árvore caiu e matou uma cidadã. No entanto, toda a propaganda de Aécio Anastasia (e do seu discípulo Lacerda) se baseia na "eficiência administrativa", no "choque de gestão". No entanto, o estado está quebrado e depende de ajuda federal para pagar suas contas. A incompetência dessa gente não é apenas espantosa, é desastrosa para os mineiros. Mas o gasto intensivo em propaganda garante sua eleição e reeleição.
Do jornal O Tempo, 4/1/2012.
Mortes, enchentes e reação tardia
Levantamento de danos, que vai possibilitar envio do dinheiro, só começa após estiagem
Rafael Rocha
Três pessoas mortas, 9.365 desalojadas e 404 desabrigadas, além de 55 municípios em situação de emergência ou calamidade pública. Esse é o balanço das tragédias provocadas pelas chuvas em Minas Gerais nos últimos três dias. Porém, somente ontem, o governador Antonio Anastasia se mobilizou para traçar estratégias para enfrentar o problema. Nessa terça-feira, em Ouro Preto, na região Central, um deslizamento de terra atingiu a rodoviária, matando um taxista de 28 anos. As escavações em busca de novas vítimas devem ser retomadas hoje. Em Guidoval, na zona da Mata, a cheia do rio Xopotó arrasou a cidade. Um idoso morreu afogado e outro homem continuava desaparecido até ontem à noite. Ele foi levado pela enxurrada. Desde o início do período chuvoso, em outubro, sete pessoas morreram. Ontem, em mais um dia de temporais, o cenário foi de estradas fechadas, pontes interditadas, pessoas desabrigadas, trânsito caótico, falta de comida, de água e de luz. Diante do quadro de tragédias crescente e da ligação da presidente Dilma Rousseff oferecendo ajuda, Anastasia reuniu, na tarde de ontem, pela primeira vez desde a intensificação das tragédias, representantes de entidades e de secretarias para traçar um plano de enfrentamento do problema. O resultado: apenas promessa de investimentos, sem valor, data para chegar, nem destino.
A íntegra.