E com pilates, com levantamento de peso, com academia, com corrida, com cirurgia plástica, com lipoaspiração, com dieta... etc. etc. A ioga não é um negócio oriental, é um negócio ocidental. Moda. Mercado. Gente picareta ganhando dinheiro. Gente em busca de milagre pagando. Nova York é a capital dos modismos, tem de tudo, tudo começa lá e se espalha. Boa reportagem.
Da CartaCapital.
Reportagem contra ioga desequilibra seus seguidores                                      
Por Joanna Walters, em Nova York
Uma das visões mais comuns em Nova York é a de jovens profissionais  esguias correndo pela cidade com esteiras para ioga enroladas embaixo do  braço e olhar determinado, indo para uma sessão de madrugada ou na hora  do almoço, entre decisões importantes no escritório. Por isso talvez  não deva causar surpresa que um artigo incendiário no New York Times, intitulado "Como a ioga pode arruinar seu corpo", colocou de ponta-cabeça a  geralmente tranquila comunidade dos amantes da ioga. Nos Estados Unidos,  e talvez até na Grã-Bretanha, onde estimadas 1 milhão de pessoas a  praticam com regularidade, a ioga possivelmente nunca mais será a mesma. O artigo ofensor, que foi publicado em várias páginas da prestigiosa  revista de domingo do jornal, foi escrito pelo veterano autor de ciência  William Broad. Ele alegava que "grande número" de estudantes e até "professores famosos" estavam se ferindo com movimentos de ioga  ambiciosos e mal ensinados. Ele também citou extensamente as opiniões do veterano local da ioga  Glenn Black, que teve uma grave lesão nas costas depois de anos de  prática. Segundo Black, "a vasta maioria das pessoas deveria abandonar  totalmente a ioga", porque é grande a probabilidade de causarem sérios  danos a si mesmas. (...) A fotógrafa profissional Naomi Harris, 38, ficou deliciada com a  oferta especial de um passe ilimitado de ioga para frequentar um  conhecido estúdio perto de sua casa em Manhattan, no verão de 2008. "Eu decidi que ia realmente mergulhar na coisa, e durante cerca de  seis meses fui quatro ou cinco vezes por semana, e estava me sentindo  realmente bem." Mas um dia, ao descer a escada de seu apartamento no  quinto andar, seu joelho travou. "Foi como um pequeno 'ploc' e doeu um  pouco." Ela continuou indo à ioga durante alguns dias, mas o joelho piorou  até que falhou sem advertência. Um exame revelou uma lesão na cartilagem  do menisco, o amortecedor de choques na junta do joelho, e havia  necessidade de cirurgia. "O cirurgião me perguntou o que eu tinha feito, e eu disse que estava  realmente saudável e ativa, fazendo ioga até cinco vezes por semana, e  ele disse: 'Foi isso!'" Ele disse que viu muitas lesões causadas por ioga, e a dela  provavelmente derivava da "pose do pombo", em que o joelho é dobrado  para dentro em um ângulo embaixo do corpo. Depois da cirurgia, Harris  estava usando muletas e encontrou sua instrutora favorita de ioga com um  dos administradores do estúdio. "A instrutora falou: 'Oh meu Deus, o que aconteceu?' Eu lhe contei  que o cirurgião disse que eu estava fazendo ioga demais, e ela  simplesmente se afastou." O administrador então lhe disse que o dono do estúdio dizia que se você sofrer lesões fazendo ioga é porque tem "carma ruim".
A íntegra.
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