quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O crime de Belo Monte prossegue

Não para gerar energia, mas corrupção, com milhões para empreiteiras e políticos, que mantêm não o bem-estar, mas um sistema velho. Mais uma ação nessa época do ano, quando as pessoas estão distraídas e desmobilizadas. Governo Dilma mostra sua faceta autoritária.

Da Agência Carta Maior.
Governo faz mega desapropriação em Belo Monte e revolta entidades
Najla Passos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) formalizou nesta terça-feira (3/1/12) a última desapropriação de terras para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que será a terceira maior do mundo quando estiver pronta. E causou revolta num grupo de mais de 250 entidades nacionais e internacionais que são contra a obra e fazem propaganda de desmoralização dela e das autoridades brasileiras. O Movimento Xingu Vivo, nome alusivo ao rio amazônico que hospedará a usina, contesta o tamanho da mega desapropriação -- equivalente a 282 mil campos de futebol e à metade da área do Distrito Federal --, a falta de negociação prévia e o momento do ato da Aneel. "Essa decisão envolve uma área gigantesca e afeta a vida de milhares de pessoas. E isso não estava previsto no projeto original. Mesmo assim, o governo toma essa decisão de forma anti-democrática, sem sequer ouvir a população afetada", diz a coordenadora do movimento, Antônia Melo. "Nós fomos pegos desprevenidos. A decisão foi tomada em meio aos feriados de final de ano, quando as pessoas estão desmobilizadas. Não houve uma única audiência pública para discutir essa questão." Pela resolução da Aneel que declara 282 mil hactares, em três cidades do Pará, como sendo de "utilidade pública", o consórcio de empresas que toca a obra da usina, chamado Norte Energia, está autorizado a remover ribeirinhos, índios e pequenos agricultores que vivem na região. Pode fazê-lo de forma amigável ou por via judicial. E invocar caráter de urgência.
A íntegra.