Ou melhor: porque nossos governantes querem. É o que diz especialista da ONU.
Do Brasil 247.
"Solucionar enchentes é questão de escolha"
Consultora da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir, se espanta com quantidade de enchentes no Brasil e diz que essas catástrofes podem ser prevenidas facilmente.
Rodolfo Borges
Mais um ano começa e a região Sudeste volta para debaixo d'água. Janeiro de 2012 entrará para a história como o mês em que Rio de Janeiro e principalmente Minas Gerais submergiram em razão das chuvas – e o Espírito Santo está quase entrando na lista. Da mesma forma, a região serrana do Rio ficou marcada pelas chuvas de 2011, com quase mil mortos, e Santa Catarina, pelas de 2008, quando as águas desabrigaram 5,6 mil pessoas no estado. Como resolver um problema que, de tão recorrente, parece insolúvel? Por incrível que pareça, basta vontade. É o que diz Debarati Guha-Sapir, consultora das Nações Unidas e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres. "O Brasil é um país com muitos problemas, alguns mais urgentes. Desnutrição, vacinação e mortalidade materna são grandes problemas e precisam de atenção imediata. Mas, como em qualquer outro lugar, é preciso fazer escolhas", disse a especialista por e-mail ao 247. "Terremotos e furacões não são comuns no Brasil, mas as enchentes são muito frequentes. Ocorreram seis grandes enchentes no país no ano passado", destaca Sapir. Na avaliação da consultora da ONU, em repúblicas federativas, como o Brasil, os governos estaduais detêm mais poder de decisão e, "portanto, talvez a resposta esteja aí", na ação localizada.
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