sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um juiz digno

Pelo menos um para denunciar a farsa desse julgamento político. Lewandowski já sofreu, está sofrendo e vai sofrer ainda mais a ira da imprensa de direita que pressionou pela condenação dos petistas, mas manteve a dignidade que seus colegas do STF perderam. Seu voto é de causar vergonha aos demais, que, no entanto, se mantêm servis ao protofascismo. Confirmando o que já disse alguém, que a democracia liberal é a ditadura de outra forma, o STF, ao que tudo indica, vai completar a obra da ditadura militar e mandar José Dirceu para a prisão. Na véspera da eleição. Algum ingênuo pensa que é coincidência?

Da Agência Carta Maior.
Lewandowski absolve Dirceu, mas Rosa e Fux condenam 
Najla Passos e Vinicius Mansur 
Brasília - Com duras críticas à acusação formulada pelo Ministério Público Federal (MPF) na Ação Penal 470, o chamado "mensalão", o revisor da matéria, Ricardo Lewandowski, inocentou o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), do crime de corrupção ativa. De acordo com o revisor, a denúncia não individualiza adequadamente as denúncias imputadas a Dirceu, sendo "deduzidas a partir de meras ilações ou simples conjecturas".
Lewandowski insistiu na falta de provas, antes alegada pela defesa.
Afirmou que após sete anos de investigações, que contaram com quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, não há uma prova documental ou pericial contra Dirceu, tendo o MPF restringindo-se "a fazer meras suposições, desenhando um figurino genérico no qual poderia encaixar-se qualquer personagem que ocupasse um alto cargo no governo federal". "As imputações são muito mais políticas do que estritamente jurídicas", disse.
E completou: "Não afasto a possibilidade que José Dirceu tenha participado desses eventos, não descarto que ele tenha sido o mentor, mas o fato é que isso não encontra ressonância na prova dos autos".
Segundo ele, o único elemento de prova contra José Dirceu foi o depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), colhido em fase extrajudicial e desmentido, em parte, por ele e, completamente, por diversas outras testemunhas quando em juízo. Segundo o revisor, a tese de compra de parlamentares levantada por Jefferson não tem confirmação de nenhuma outra testemunha nos autos. "Causa espécie que não tenha havido um pedido sequer do Ministério Público para que fossem realizadas acareações [entre Jefferson e os demais depoentes]", acrescentou.
O magistrado também destacou que, à época dos fatos, o petebista buscava sair do foco do escândalo dos Correios em que estava envolvido. A "imprestabilidade" das acusações de Jefferson, acrescentou o revisor, também se dão pelo fato dele ser corréu e inimigo declarado e "figadal" de José Dirceu.
A íntegra.