Tereza Cruvinel fez uma gestão brilhante à frente da Empresa Brasil de Comunicação. Em quatro anos tirou TV Brasil da intenção e a transformou numa rede de televisão pública verdadeira, que estabeleceu um novo padrão no País, não comercial, inteligente, de qualidade, independente. Conseguiu fazer o que parecia impossível, que é juntar numa colcha de retalhos as emissoras públicas estaduais, em geral submetidas a ingerências políticas dos governadores. O que não houve, destaca Cruvinel, foi ingerência dos governos Lula e Dilma. Há muito que fazer ainda, a começar pela universalização de acesso à rede -- a NET, por exemplo, só a oferece no sistema digital. Seu jornal nacional é fraco, embora já imponha novo modelo de cobertura. A programação regional também é fraca. Os destaques vão para os documentários e programas de produtores independentes. Dessa forma, vê-se, é possível fazer programação de qualidade. Que o novo presidente continue nesse caminho e o alargue -- e que assim o fazendo tenha vida longa à frente da EBC.
Da Agência Brasil.
Em sua despedida da EBC, Tereza Cruvinel faz um balanço de sua administração e destaca a independência editorial da empresa
31/10/2011 - 19h56
Em seu último dia no cargo de presidenta da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a jornalista Tereza Cruvinel fez hoje (31) um balanço dos quatro anos de sua administração. Ela destacou a criação da TV pública em âmbito nacional; a articulação de uma rede pública de televisão; a implantação de uma sólida e consistente infraestrutura de produção e transmissão, de última geração; e a produção e difusão de conteúdos diferenciados e complementares, sempre observando os princípios da comunicação pública, entre outras. Para isso, segundo Tereza Cruvinel, nunca faltaram recursos, tendo o governo federal cumprido todos os compromissos orçamentários da EBC, que é constituída pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil e oito emissoras de rádio. "Os dois governos [Lula e Dilma Rousseff] honraram os compromissos fundamentais relativos às questões orçamentárias e de independência [editorial]. O compromisso orçamentário do governo Lula foi mantido e o nosso orçamento nunca foi abaixo de R$ 350 milhões. Quanto aos cortes feitos pela presidenta Dilma, eles foram para todos os setores do governo." A presidenta da EBC também falou sobre a independência editorial com que a empresa desenvolveu suas atividades jornalísticas e de produção de conteúdo. "Aqui teve problemas de todos os tipos. Enfrentei 50 problemas por dia. O único problema que eu não enfrentei foi o de ingerência do governo".
A íntegra.
Da Agência Carta Maior.
Jornalista secretário de imprensa de Lula é o novo presidente da EBC
O jornalista Nelson Breve, que foi secretário de Imprensa do ex-presidente Lula no segundo mandato, é o novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele vai suceder a também jornalista Tereza Cruvinel, cujo mandato termina nesta segunda feira (31). O decreto da presidenta Dilma Rousseff com a nomeação será publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (1/11). Superintendente da área multimídia da empresa desde o início da gestão Dilma, Breve terá mandato de quatro anos, renováveis por mais quatro, como diz a lei da EBC. Ele será o segundo presidente da história da empresa. Antes, já tinha trabalhado na Agência Estado, do grupo que publica o jornal O Estado de S. Paulo, foi assessor de imprensa do ex-deputado José Dirceu (PT) durante o processo de cassação e repórter especial de Carta Maior. A frente de um orçamento de R$ 220 milhões, o jornalista terá como missão principal fazer a EBC crescer, depois da tarefa inicial da antecessora de tirá-la do papel e consolidá-la em meio a críticas de rivais do governo de que se trataria de um veículo de comunicação "chapa branca".
A íntegra.