É que o agronegócio que desmata, polui rios, contamina a terra, extingue animais e plantas e expulsa agricultores para as cidades produz para exportação, não cuida da alimentação dos brasileiros. O "celeiro do mundo", com 8,5 milhões de quilômetros quadrados e clima invejável, não produz um alimento básico dos seus habitantes. Notícias assim só saem discretamente na velha imprensa, quando saem.
Da Página do MST.
Com agronegócio, Brasil precisa importar 200 mil toneladas de feijão
O imposto sobre a importação do feijão foi zerado na última segunda-feira (24/6/13) pelo governo federal. O objetivo é suprir a falta de oferta do alimento no mercado brasileiro e evitar uma pressão inflacionária sobre esses itens alimentícios.
Com isso, o governo federal pretende importar 200 mil toneladas de feijão até o final de outubro, segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio Andrade.
Nesta terça-feira, Andrade disse que poucos países têm condições de vender o produto ao Brasil, além da Argentina, China e do México. "Há dificuldades porque (o feijão) está mais para hortifrutigranjeiro. Não dá para estocar, porque perde qualidade. Devemos importar 112 mil toneladas, mas precisamos [ao todo] de 200 mil."
A justificativa da falta de alimento dada pelo ministro foi a seca que atingiu boa parte do nordeste brasileiro. Entretanto, especialistas no assunto relacionam o problema com fatores estruturais da agricultura brasileira.
Dados da Abra apontam que, de 1990 para 2011, as áreas plantadas com alimentos básicos como arroz, feijão, mandioca e trigo declinaram, respectivamente, 31%, 26%, 11% e 35%. Já as de produtos do agronegócio exportador, como cana e soja, aumentaram 122% e 107%.
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