Certa vez, ao ser interrogado sobre a surpreendentemente boa cobertura feita por um "grande" jornal mineiro, um dos seus repórteres mais experientes explicou: "Os chefes estavam de férias e os jornalistas puderam trabalhar com liberdade". Os chefes da Folha devem ter tirado férias. O jornal publicou uma matéria ruim para a imagem do seu próprio candidato, o "preferido das ruas" em pesquisa feita sob encomenda pelo Datafolha, o probo Joaquim Barbosa!
Barbosinha também pagou (com dinheiro público) viagem de jornalista da Globo.
A bandeira contra a corrupção é só uma bandeira, fácil porque popular e levantada geralmente pelos mais corruptos. Quem já se esqueceu do senador DEMócrito? Era ele o paladino da moralidade pública, o queridinho da revista veja, até ser pego com a boca na botija. Barbosinha assumiu logo o posto e seguiu pelo mesmo caminho.
Amanhã tem desmentido e retratação. Ou aconteceu algum desacordo entre Barbosinha e o partido da oposição -- a "grande" imprensa.
Da Folha de S. Paulo.
Barbosa recebeu R$ 580 mil em benefícios atrasados
Rubens Valente, de Brasília.
Crítico dos gastos do Judiciário, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, recebeu R$ 414 mil do Ministério Público Federal por conta de controverso bônus salarial criado nos anos 90 para compensar, em diversas categorias, o auxílio-moradia concedido a deputados e senadores.
Chamado de PAE (Parcela Autônoma de Equivalência), o benefício já foi repassado para 604 membros do Ministério Público Federal, incluindo Barbosa. O pagamento consumiu R$ 150 milhões.
No mês passado, o CNJ autorizou o pagamento de cerca de R$ 100 milhões a oito tribunais de Justiça nos Estados relativos a auxílio-alimentação. Barbosa foi contrário, e sua posição contra os penduricalhos salariais ganhou amplo destaque. Ele chamou de "esdrúxula" e "inconstitucional" a resolução do CNJ.
O ministro ironizou o benefício ao dizer que "não cabe a cada Estado estabelecer auxílio-moradia, auxílio-funeral ou auxílio-paletó".
Além desse auxílio, o presidente do STF recebeu, em 2007, R$ 166 mil (ou
R$ 226,8 mil, em valores corrigidos) mediante a conversão em dinheiro
de 11 meses de licenças-prêmio não gozadas.
A íntegra.
Do Diário do Centro do Mundo.
STF pagou viagem de jornalista do Globo
Paulo Nogueira.
(Este texto foi publicado em maio. Dadas as novidades na relação Globo & JB, decidimos retornar com ele.)
Eis um caso inaceitável de infração de ética de mão dupla.
Um asterisco aparece no nome da jornalista do Globo que escreve textos sobre Joaquim Barbosa em falas na Costa Rica.
Vou ver o que é o asterisco.
E dou numa infração ética que jamais poderia acontecer no Brasil de 2013.
A repórter viaja a convite do Supremo.
É um dado que mostra várias coisas ao mesmo tempo.
Primeiro, a ausência de noção de ética do Supremo e do Globo.
Viagens pagas já faz tempo, no ambiente editorial mundial e mesmo brasileiro, são consensualmente julgadas inaceitáveis eticamente.
Por razões óbvias: o conteúdo é viciado por natureza. As contas do jornalista estão sendo bancadas pela pessoa ou organização que é central nas reportagens.
A íntegra.