Um dos maiores méritos do Diário do Centro do Mundo é mostrar ao leitor comum como funciona a velha imprensa. Abaixo, dois exemplos. A internet separou o trigo do joio.
Do Diário do Centro do Mundo.
O Sanatório Geral de Augusto Nunes
Paulo Nogueira
E então ficamos sabendo que o vencedor do concurso de títulos promovido por Augusto Nunes para um livro de Lula é O Bebum de Rosemary.
O segundo lugar é 50 Toneis de Pinga.
Imagino que seja para rir.
Comentei este concurso outro dia. Nele, Lula era chamado de ladrão, molusco, burro, cachaceiro, afanador e larápio.
Jornalista pode insultar alguém assim por ter microfone? Este era meu ponto.
Minha resposta: o artigo traduz o atraso da mídia brasileira, notadamente a da Veja e a de seu blogueiro, e a ausência de limites.
Por muito menos que isso a Justiça americana emparedou Paulo Francis, como todos sabemos.
E se alguém enveredar pela vida pessoal de Augusto Nunes? Tudo bem? Não, não está tudo bem.
A beleza de limites para abusos da mídia é proteger Augusto Nunes de jornalistas como Augusto Nunes.
Nestes últimos dias, por causa do concurso, acabei lendo textos dele.
Conheço muitas histórias de Augusto Nunes, mais do que gostaria, na verdade. Mas me recuso a usá-las. Digo apenas que ele atacar sistemticamente Lula pela bebida e pelas mulheres é uma das práticas mais hipócritas, cínicas e farisaicas que vi em toda a minha vida.
A íntegra.
Por que a Globo faz o que faz
Paulo Nogueira
Nos últimos anos, a Globo se esmerou em práticas destinadas a sonegar impostos.
A transformação de funcionários caros em Pessoas Jurídicas, as PJs, por exemplo.
De vez em quando, isso traz problemas, mas o benefício parece ser muito maior que a custo nas contas da Globo. Neste momento, um dos PJs, Carlos Dornelles, trava uma disputa jurídica com a Globo.
Semanas atrás, em São Paulo, eu soube que o jornalista Paulo Moreira Leite – que eu contratara para a Época pela CLT, é claro – fora transformado em PJ depois de minha saída do cargo de diretor editorial das revistas da Globo. (PML hoje está na Isto É.)
É o chamado vale tudo para crescer.
Num ambiente de acentuado declínio das mídias tradicionais por conta da internet, você pode imaginar o grau de ansiedade – e agressividade — dos Marinhos para continuar a crescer.
O fato novo, aí, é o jornalismo digital.
A íntegra.