No Egito. Massas nas ruas sem rumo nesse mundo cada vez mais espionado e militarizado (a indústria bélica é um excelente negócio, produção de gás lacrimogênio disparou) podem ser caóticas. Não que o cotidiano sem massas protestando não seja também. Vivemos já a barbárie e nos acostumamos a ela como o sapo na panela com água esquentando.
Do Diário do Centro do Mundo.
Quem era o jovem fotógrafo que filmou a própria morte no Egito
Kiko Nogueira
Ele tinha 26 anos e era fotógrafo free lancer. Estava cobrindo os levantes no Egito após o golpe militar que tirou o presidente Mohamed Mursi do poder. Acabou produzindo a imagem mais impressionante e emblemática da situação caótica por que passa o país.
Ahmed Samir Assem filmou sua própria morte. Ele registrava a ação de um franco atirador no topo de um edifício. O soldado, de acordo com testemunhas, disparava contra a multidão (naquele dia, 51 pessoas pereceram).
O homem dá alguns tiros -- e então aponta seu fuzil para Assem. A câmara para de operar nesse momento.
Seu equipamento ensanguentado foi encontrado num dos acampamentos improvisados no local. Assem estava nas manifestações desde a primeira hora. Gente que apoiava a Irmandade Muçulmana (grupo do qual Mursi fazia parte) se ajoelhava para rezar quando foi atingida. O exército afirma que estavam tentando invadir uma instalação militar.
A íntegra.