A primeira conquista da Libertadores da América pelo Galo foi um acontecimento cheio de curiosidades e ironias também fora do jogo, que revelam esses novos e estranhos tempos do futebol. O Mineirão é do Cruzeiro e o Independência é do América, mas quem pôs sua marca nos dois estádios foi o Atlético. O Galo manda seus jogos no Independência, mas joga as finais no Mineirão. A arena moderna padrão fifa que o governo do estado deu de presente para amigos é incapaz de fazer o mínimo que seu negócio exige: deixar o público entrar para ver o espetáculo. Meia hora antes do começo do jogo, havia milhares do lado de fora, numa fila interminável, gente que pagou R$ 500 pelo ingresso e não conseguiu ver o jogo inteiro. Apesar de serem menos de 60 mil, metade do que o "velho" Mineirão chegou a receber. E sobraram mais de 3 mil
lugares. Diante do tumulto, a administração do estádio liberou as moderníssimas catracas -- nada a ver com o movimento passe livre e sim com incompetência administrativa. A renda do jogo de ontem foi de R$ 14 milhões 176 mil, recorde
nacional e o dobro da recorde anterior, também recentíssimo, da partida entre Santos e Flamengo, no Mané Garrincha. Preço médio do ingresso: R$ 250!
Do Uol Esportes.
Com renda inédita, Mineirão tem público menor do que a capacidade
Rodrigo Mattos
A final da Libertadores entre o Atlético-MG e o Olimpia foi um retrato da nova realidade do futebol brasileiro: renda milionária inédita, estádio com lugares vazios e campo reduzido. Um cenário que se espalha pelo Brasil por conta das arenas construídas para a Copa-2014 no padrão Fifa, mas nem por isso acabou com a bagunça nos serviços aos torcedores.
A receita obtida com o jogo atingiu R$ 14,176 milhões, praticamente o
dobro do arrecadado na partida entre Santos e Flamengo, no Estádio Mané
Garrincha, também neste ano, que era o recorde anterior. Ambas as
partidas ocorreram em novas arenas do Mundial, ambas não tiveram
ingressos mais baratos do que R$ 100.
Em compensação, havia
58.620 pessoas presentes, para um total de 56.550 pagantes. Só que a
capacidade do Mineirão é de 62.100 torcedores. Ou seja, havia mais de 3
mil lugares que não foram ocupados, ou porque não foram vendidos ou
porque estavam disponíveis e não foram comprados.
A íntegra.