quinta-feira, 18 de julho de 2013

Médicos ricos não querem atender pacientes pobres

Grande parte dos médicos são ricos. Quase todos querem ficar nos grandes centros. Poucos querem ser clínicos. É o que diz pesquisa. E se o Conselho Federal de Medicina os representa, também não querem que venham médicos estrangeiros atender a quem eles não atendem. Mas todos querem estudar em faculdades públicas e gratuitas. E alguns vão para as ruas defender sem pudor seus privilégios e as desigualdades que o sistema reproduz. Esse tipo de pensamento, no entanto, não começa na faculdade, vem da escola infantil. Educação pública de qualidade em tempo integral para todos é a política mais importante para o País, todos sabemos disso, pelo menos desde os tempos de Darcy Ribeiro secretário do governador Brizola, há trinta anos.

Do Pragmatismo Político. 
Só 5% dos estudantes de Medicina pretendem atender no interior do Brasil
Pesquisa revela também que só 20% dos estudantes querem atuar em clínica geral, área em que a carência é maior. Problema está nos cursos, diz especialista

De cada 100 formandos em medicina no Brasil, apenas cinco desejam trabalhar em cidades pequenas do interior do país, onde a carência é maior; somente 20 querem atuar em clínica geral, como nos programas de Saúde da Família; e 63 pensam em cursar uma especialidade.
Os dados são de uma pesquisa realizada pelo médico e professor da Universidade Federal do Tocantins (UFTO) Neilton Araujo de Oliveira para seu doutorado em ensino de biociências e saúde pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz). O objetivo, entre outros, era estudar o processo de formação médica no Brasil e verificar o que pensam e como se sentem os alunos que se formam num contexto de mudanças tanto no ensino médico, com a implementação das diretrizes curriculares, como no próprio Sistema Único de Saúde (SUS).
A pesquisa também constatou que, quanto ao perfil socioeconômico dos novos médicos do país, 66% têm entre 23 e 25 anos e 44% são de famílias com renda mensal maior acima de 20 salários mínimos (R$ 13.560).
Outro dado interessante é que metade deles afirmou que questões relacionadas ao mercado de trabalho não são discutidas no curso e apenas 16% disseram haver estudos sobre políticas de saúde já no primeiro ano do seu curso de graduação. E embora 60% tenham informado haver aulas práticas nas unidades básicas de saúde (UBS) e em hospitais do SUS, somente 21% declararam a existência de atividades comunitárias durante a formação.
A íntegra.