Pimenta da Veiga recebeu R$ 450 mil de Marcos Valério no começo do esquema que transferiu verbas de estatais mineiras para a campanha dos tucanos e movimentou mais de R$ 5 milhões. Ele foi investigado pela CPMI e se afastou da política. Agora está de volta. Aliás, Aécio também recebeu dinheiro. A questão é que a "grande" imprensa finge que o "mensalão" tucano -- anterior e maior do que o petista -- não existiu.
Da Rede Brasil Atual.
Ex-ministro ligado a esquema de corrupção é escolhido para coordenar campanha de Aécio
Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de FHC, está associado a esquema com Marcos Valério
por Helena Sthephanowitz
O candidato ao Palácio do Planalto em 2014 Aécio Neves (MG), apesar de eleito para o Senado, tem ocupado o seu tempo longe de Brasília. Na semana passada, ele definiu quem será o coordenador de sua campanha em Minas Gerais. O escolhido foi Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso, que também coordenou a campanha à Presidência até o primeiro turno de José Serra em 2002, ano em que o tucano foi derrotado por Lula.
Os primeiros contratos dos Correios com as empresas de publicidade de Marcos Valério foram firmados com o Ministério das Comunicações, segundo relatórios da Polícia Federal, a partir do ano 2000. No entanto, desde 1998, Valério presta serviços ao tucanato. A Polícia Federal rastreou quatro depósitos feitos pelas empresas SMPB e DNA Propaganda à conta de Pimenta da Veiga, totalizando R$ 300 mil. Além disso, durante CPMI dos Correios instaurada em 2005 foi encontrado um contrato de empréstimo de R$ 152 mil no BMG no qual Veiga figura como devedor a Valério.
A operação considerada suspeita entre a estatal, a agência de publicidade de Valério e Veiga acabou indo parar no relatório da investigação. Em depoimento, os empresários Dennis Giacometti e Iran Castelo Branco, donos da empresa Giacometti, contaram que mais de 70% do lucro de R$ 9,7 milhões que eles obtiveram com o contrato com os Correios foram depositados em uma conta de Valério no Banco Rural. Ainda segundo investigação, a conta de Valério no Banco Rural é a mesma que abasteceu o "valerioduto".
Na CPMI, apareceu também um pagamento de R$ 150 mil, em 2003, das empresas de Marcos Valério para Pimenta da Veiga. Mas acabou em pizza quando o ex-ministro afirmou que se tratava de "consultoria jurídica".
Relatório da Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, quando o atual deputado Eduardo Azeredo era governador, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da SMPB.
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