Filho e pai de jornalistas, com carreira nas maiores corporações de imprensa no Brasil e realizador de uma das melhores publicações digitais para o País, Paulo Nogueira é uma voz a ser ouvida.
Do Diário do Centro do Mundo.
O jornalismo digital é um avanço sobre o jornalismo corporativo
Paulo Nogueira
Caro jovem interessado em jornalismo:
Você deve ter ouvido vaticínios terríveis sobre o futuro do jornalismo. E isso pode estar fazendo você desistir de ser jornalista.
Pois eu digo: pense duas vezes.
O jornalismo não está acabando. Ele está, na verdade, passando por uma formidável transformação – para melhor.
O que vai chegando ao fim é a era do jornalismo em que o jornalista é um mero apêndice para os donos das corporações.
Alguns chamam isso de jornalismo corporativo.
Nele, o jornalismo é pago para defender as ideias dos donos e não para ajudar o mundo a se tornar melhor.
Você pode ganhar um salário bom, mas a frustração é enorme. Você rapidamente aprende que os interesses dos donos são prioritários.
Na era da internet, com a democratização da informação, o caráter nocivo das grandes empresas de jornalismo ficou estampado.
Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Os grandes jornais americanos, por exemplo, deram apoio a Bush na criminosa invasão do Iraque.
Na Inglaterra, a sociedade se deu conta de que os jornais faziam
barbaridades não para defender o interesse público, mas para vender mais
e ampliar seus lucros.
A íntegra.