quarta-feira, 31 de julho de 2013

Manning é absolvido da acusação mais grave

Isto é: ajuda ao inimigo. Foi condenado nas demais acusações -- e, convenhamos, 154 anos já é prisão perpétua, até pra mais de uma vida. Mas é também um alento saber que a justiça americana não se curvou completamente ao terrorismo de Estado e que o NYT ainda considera fornecer informações à imprensa uma exigência da democracia. Já a Globo não se posiciona. E o presidente Obama mostra-se mais reacionário do que os piores presidentes republicanos. Sinais de um tempo de extremos. Nunca é demais assinalar que Manning foi processado e condenado por revelar crimes de guerra americanos e merece a admiração de todos os cidadãos do planeta, a começar por seus compatriotas -- qualquer ser humano são faria o que ele fez. De fato, ele é um heroi contemporâneo da humanidade que perde referências no seu caminho para a barbárie. O que deveria ter gerado um terremoto no poder americano só causou a perseguição a um soldado -- e à nova imprensa. Como denuncia a Anistia Internacional, os EUA estão "de cabeça para baixo": perseguem quem denuncia crimes, não quem os comete -- próprio Manning foi torturado, como reconheceu a juíza. Aliás, a "grande" imprensa também está de cabeça para baixo, uma vez que dá mais destaque ao julgamento do que às revelações do soldado, tratando o caso de forma "imparcial", sem tomar partido a favor da liberdade. Em outros tempos, a história de Manning, um rapaz de 25 anos que está preso desde os 22, geraria também um filme de Hollywood com grande repercussão mundial.

Do Opera Mundi.
Manning é condenado pela maioria das acusações, mas não por "ajuda ao inimigo" 
Pena máxima a qual o soldado norte-americano pode ser submetido é de 136 anos. Sentença deve ser divulgada amanhã

A juíza militar Denise Lind anunciou nesta terça-feira (30/7) o veredicto do soldado norte-americano Bradley Manning, responsável por vazar centenas de milhares de documentos secretos dos Estados Unidos para o Wikileaks, considerando-o inocente da acusação mais grave, de "ajuda ao inimigo". Entretanto, ele foi condenado por inúmeras violações à lei de espionagem, podendo ser sentenciado a uma pena máxima de 136 anos na prisão.
Entre as 17 acusações pelas quais Manning foi considerado culpado estão as de espionagem e de roubo de documentos sigilosos. Ele forneceu ao Wikileaks vídeos de ataques aéreos em que civis foram mortos, centenas de milhares de informações sobre incidentes nos fronts das guerras do Iraque e do Afeganistão, dossiês de homens presos sem julgamento em Guantánamo e cerca de 250 mil despachos diplomáticos.
O Wikileaks, de quem Manning foi fonte confessa, se manifestou através do Twitter, dizendo que as condenações são uma amostra de um "extremismo de segurança nacional perigoso por parte do governo Obama". O portal também afirmou que a condenação por cinco acusações de espionagem é "um novo precedente muito grave para o fornecimento de informações à imprensa".
A Anistia Internacional também se pronunciou, apontando que "é difícil não chegar à conclusão de que o julgamento de Manning teve o objetivo de enviar uma mensagem a todos: o governo dos EUA está atrás de você". Em comunicado, a instituição afirmou que "as prioridades dos EUA estão de cabeça para baixo", já que julgaram o soldado, mas se recusaram a investigar denúncias de tortura e outros crimes que violam leis internacionais.
A íntegra.

Do Uol Notícias.
Soldado Bradley Manning é absolvido da acusação de ajuda ao inimigo
Fort Meade (EUA), 30 jul (EFE) -- O soldado americano Bradley Manning foi absolvido nesta terça-feira de "ajuda ao inimigo" por divulgar documentos secretos para o portal Wikileaks, acusação pela qual o governo dos Estados Unidos havia pedido prisão perpétua sem possibilidade de redução de pena.
Manning, que foi acusado de outros 21 crimes, foi declarado culpado de violar a lei de espionagem ao vazar dados sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, assim como por divulgar mensagens diplomáticas, publicadas na internet pelo Wikileaks.
O soldado, de 25 anos e que já havia se declarado culpado de metade das acusações, saberá a sentença nos próximos dias, quando acabar a última fase do julgamento, na qual se decidirá a pena que deve cumprir e que começará nesta quarta-feira.
Manning foi considerado culpado de todas as acusações que enfrentava, com exceção do vazamento de um vídeo de um ataque no Afeganistão que supostamente aconteceu pouco depois que Manning chegasse ao Iraque para trabalhar como analista, o que a defesa sempre negou.
Excluindo "ajuda ao inimigo", todas as demais acusações somam uma pena máxima de 154 anos na prisão, embora a juíza militar Denise Lind deverá decidir na fase de sentença.
Manning passou mais de três anos na prisão desde sua detenção em maio de 2010 no Iraque. Devido aos maus-tratos durante sua reclusão, sob intensa vigilância e isolamento, a juíza Lind decidiu que a pena que receber seja reduzida.
A íntegra.

Do G1.  
Bradley Manning é absolvido da acusação de ter ajudado o inimigo
Crime poderia levar o soldado americano à prisão perpétua. Ele é responsável pelo maior vazamento de documentos secretos dos EUA.
Jorge Pontual, Nova York, EUA 

O soldado americano responsável pelo maior vazamento de documentos do governo dos Estados Unidos escapou da principal acusação, mas passará um longo período na cadeia. Bradley Manning foi absolvido da acusação de ter ajudado o inimigo, que poderia levá-lo à prisão perpétua. "Foi uma decisão sábia da juíza da Corte Militar", afirmou o The New York Times em editorial que sai na quarta-feira (31/7/13). Mas o jornal considerou injusto condenar Manning por violar a Lei de Espionagem.
O The New York Times foi um dos jornais que publicaram os documentos oficiais sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, entregues pelo soldado ao saite Wikileaks. Para os promotores, Bradley Manning traiu o país e colocou vidas em risco.
Refugiado na Embaixada do Equador em Londres, na Inglaterra, Julian Assange, o fundador do Wikileaks, disse que a condenação dentro da Lei de Espionagem é "um precedente muito perigoso para o fornecimento de informações à imprensa".
Foi o que fez Edward Snowden ao revelar os programas americanos de espionagem. Hoje, o ex-técnico da CIA foge da Justiça americana. Ele está em uma área de trânsito do Aeroporto Internacional de Moscou.
O governo Obama superou todos os governos anteriores na perseguição a quem entrega documentos secretos a jornalistas.
A íntegra.