É muito mais comum do que a gente imagina e não estão metidas nele só empresas suspeitas, mas também grandes lojas, grandes empresários. Assim como não é incomum que governos liberem o trânsito de cargas de grandes empresas amigas sem pagamento de impostos e sem fiscalização. Para lucrar mais, muito mais, o capital faz de tudo. E divide o butim com políticos, funcionários e policiais corruptos. Por isso alguns enriquecem tão depressa e desfilam de carrões, compram mansões e vivem a boa vida, nos melhores lugares do País e do exterior. E têm suas fotos sorridentes publicadas nas colunas sociais. Os que cometem grandes falcatruas são os mesmos que desrespeitam as normas sociais mais banais, como, por exemplo, não estacionar nos passeios. Consideram-se acima da lei, vivem certos da impunidade, confiam na lentidão da justiça (?), nos bons e caros advogados, nos funcionários e juízes corruptos. Se for preciso, roubam processos. Como diz a velha música do Chico,
"Agora já não é normal o que dá de malandro regular, profissional,
malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social,
malandro com contrato, com gravata e capital,
que nunca se dá mal".
Contra essa corrupção, visível para qualquer repórter que ande pelas ruas da cidade, a velha imprensa não grita. Diante da corrupção dos amigos, ela se cala, só grita contra a corrupção dos inimigos. Por isso também tem cada vez menos credibilidade.
Da Agência Brasil.
Polícia de SP flagra dois empresários com 30 milhões de mercadorias roubadas em rodovias
Marli Moreira
São Paulo - Os sócios-proprietários de uma empresa de hortifrutigranjeiros, no bairro Fartura, em São José do Rio Pardo, interior paulista, foram presos, ontem (16/7/13), sob suspeita de serem receptadores de carga roubada em rodovias. No estabelecimento deles, foram encontrados R$ 30 milhões em azeites, óleos, lubrificantes, presuntos importados, pneus, produtos de limpeza e outras mercadorias.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP), as prisões dos sócios P.A.R. e L.F.M., ambos de 47 anos, ocorreram como resultado de investigações, iniciadas em maio último, por policiais da Delegacia de Investigações sobre Roubos de Cargas (2ª Divecar) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A operação batizada de "Conexão Caipira" tenta desarticular quadrilhas de roubo e receptação de mercadorias nas regiões de Campinas e São José do Rio Pardo.
Por meio de nota, o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, titular da 2ª Divecar, explicou que os suspeitos usavam o entreposto comercial, legalmente constituído, para a armazenagem de mercadorias roubadas.
"Os empresários aproveitaram todo o esquema da estocagem lícita e guardavam as cargas roubadas. Dessa maneira, ninguém estranhava a movimentação de caminhões no local. Usavam a fachada de empresa para fomentar o crime", disse ele.
A íntegra.